CAMETÁ, NORDESTE DO PARÁ – O cenário político de Cametá foi radicalmente transformado nesta segunda-feira (14), após uma decisão firme do Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA) que culminou na cassação dos mandatos do prefeito Victor Cassiano (MDB) e do vice-prefeito Enio de Carvalho (União Brasil). O motivo: contratação irregular de cerca de 3 mil servidores durante o período eleitoral de 2024, configurando grave abuso de poder político e econômico.
A decisão, considerada uma das mais impactantes do cenário político paraense neste ano, resultou não apenas na perda dos cargos, mas também na declaração de inelegibilidade de Victor Cassiano por oito anos. Segundo apurou o Portal Carajás em Foco, a Justiça Eleitoral viu na prática um claro uso da máquina pública para obtenção de vantagem eleitoral — um esquema de favorecimento que comprometeu a lisura do pleito e feriu a democracia local.
Com a vacância dos cargos, o vereador Junior Mancha (MDB), atual presidente da Câmara Municipal, assumiu interinamente a chefia do Executivo. Em cerimônia solene no parlamento municipal, Mancha afirmou que dará continuidade à gestão pública com responsabilidade e diálogo:
vereador Junior Mancha (MDB)
“Vamos conduzir a cidade com equilíbrio, respeitando os princípios democráticos, e sempre em parceria com os vereadores, secretários e, principalmente, com a população de Cametá”, declarou.
Enquanto isso, o ex-prefeito Victor Cassiano utilizou suas redes sociais para expressar inconformismo com a sentença. Alegando perseguição política, disse confiar na reversão da decisão em instâncias superiores:
“Tenho fé na Justiça e acredito que a verdade será restabelecida”, afirmou em nota.
Apesar da possibilidade de recurso, a Justiça Eleitoral já anunciou que novas eleições devem ser organizadas ainda este ano para restabelecer o comando legítimo da cidade.
O Portal Carajás em Foco continuará acompanhando os desdobramentos do caso, que lança luz sobre as fragilidades do processo eleitoral e os desafios da integridade política nos municípios paraenses. A cassação em Cametá é um sinal claro de que abusos e práticas ilícitas não passarão despercebidos sob os olhos da Justiça Eleitoral.
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