Por Gebson Assunção, do Portal Carajás em Foco
A editorialização da Câmara Municipal de Marabá chegou a um nível alarmante. A sessão tumultuada de ontem (10) mostrou que a maioria dos vereadores, polarizados e ressentidos por estarem fora do governo, se organizou para criar um ambiente hostil ao prefeito Toni Cunha (PL), que está há apenas cinco meses no cargo. O que parecia um processo sério por supostas irregularidades acabou se revelando um movimento político encabeçado por quem perdeu espaço no novo governo.
A denúncia: pretexto mais do que provas
Protocolada por Ana Lúcia Farias Gomes, presidente do Conselho de Saúde, a denúncia acusa o prefeito de gastar mais de R$ 2 milhões em medicamentos sem licitação. Porém, a administração esclareceu que se tratam de compras emergenciais — absolutamente previstas na Lei 8.666/93 (Art. 24, IV) e na nova Lei 14.133/21 (Art. 75, VIII), justificadas diante da urgência para atender pregnantas e garantir anestésicos em escassez .
A acusação ainda cita contratos pontuais: pintura em mureta, anestésicos emergenciais e parceria com o Hospital Santa Terezinha — que salvou vidas. Tudo confrontado pelo prefeito, que declarou nas redes:
“A denúncia é fajuta, claramente com interesses inconfessáveis… pintar a mureta da Transamazônica com tinta comprada pela prefeitura… negócio de musa… absolutamente ridículo, ninguém vai me intimidar.”
O clamor nas redes: povo em defesa de Cunha
Enquanto os vereadores tentam impulsionar o processo, a população, mobilizada, reage nas redes sociais. Em atuantes perfis do Instagram e grupos no Facebook, surgem postagens como:
No portal Debate Carajás, o colunista Pedro Souza registrou: “os 12 vereadores da oposição juntos somavam 65.521 seguidores, enquanto Toni Cunha alcançou 112 mil,” provando que a base popular está com o prefeito A comissão processante: verdade ou espetáculo?
A denúncia foi acolhida por 12 votos — o mínimo necessário — e ontem foi criada uma comissão processante. O presidente da Câmara, Ilker Moraes, afirmou em nota que “vão prosseguir nas investigações com os rigores da lei”. Mas a tese de quê se trata disso?
Especialistas em Direito Administrativo explicam que compras emergenciais devem:
Ou seja: não há crime por realizar dispensa licitatória desde que sejam cumpridos os critérios legais.
Redes em chamas: ataque aos vereadores
Além dos elogios a Cunha, surgem críticas afiadas aos vereadores:
“Esses caras parecem mais um bando de perdedores querendo vingança.”
“Vereador aqui virou dublê de influencer por um dia: só querem holofote.”
“Não existe moralidade nessa denúncia, é apenas retaliação.”
É o que muitos repetem, questionando a legitimidade de um processo que parece mais paliativo e midiático do que técnico.
Denúncia ou revanche política?
A leitura em blogs e redes da cidade é a mesma: trata-se de um movimento político para atrapalhar uma gestão que não engoliram. O prefeito, eleito com quase 70 mil votos — o triplo da soma dos 12 vereadores — fala a uma população que cansou dos “esquemas do passado”
A denúncia foi transformada em uma bomba de efeito político. Numa sessão que mais parecia uma marcha contra o governo, ficou claro que o que está por trás não é técnica ou moralidade, mas sim ressentimento, retaliação e desesperada tentativa de enfraquecer Toni Cunha.
A população está atenta: não aceita mais parlamentares que confundem a Câmara com trincheira pessoal. A pergunta que ecoa entre os comentários é clara:
“Isso é denúncia ou vingança ?"
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