MARABÁ (PA) – Em uma manobra que não deixa de causar polêmica, o prefeito Toni Cunha (PL) anunciou, nas últimas horas por meio de suas redes sociais , o desligamento de cerca de 240 agentes de conservação contratados na gestão anterior. A decisão foi divulgada através de suas redes sociais, onde o prefeito afirmou que, durante processos de verificação feitos pela Secretaria Municipal de Administração (SEMAD), foi constatada a ausência dos profissionais, levantando suspeitas de irregularidades e, possivelmente, de desvios de recursos públicos.
Os contratos de aproximadamente 240 servidores representavam um custo mensal superior a R$ 500 mil aos cofres municipais, valor que o prefeito descreveu como um “prejuízo incalculável” à cidade. Para ele, a medida é necessária para combater práticas irregulares e melhorar a eficiência na gestão do dinheiro público. “Não vamos tolerar desmandos. Cada centavo deve ser utilizado no benefício da população e não para alimentar o desperdício”, disse Cunha em seu anúncio.
Entretanto, a decisão levanta uma série de questões. Será que estamos diante de um ato de boa governança ou de uma jogada para marcar território e afastar qualquer vestígio da administração anterior? Os “fantasmas” que, segundo a SEMAD, não prestaram qualquer serviço durante o período de seus contratos, são, na verdade, os vilões de um esquema que jamais viu a luz do dia, ou estamos diante de uma medida politiqueira que mira no ex-prefeito e nos bastidores da gestão anterior?
A SEMAD, que ficou encarregada de fazer a verificação, alegou que as investigações preliminares não encontraram comprovação de que os agentes prestaram serviços efetivos, configurando, assim, os possíveis casos de funcionários “fantasmas”. Além disso, o processo seguirá os trâmites legais, com notificações e auditorias, para garantir que as ações estejam dentro da legalidade.
Porém, a suspensão de contratos de tamanha magnitude, sem uma explicação mais detalhada sobre os reais responsáveis pela suposta fraude ou má gestão, parece um movimento arriscado. Afinal, 240 agentes não desaparecem sem deixar rastros, e a população merece saber se essa medida não é mais um capítulo de uma disputa política sem fim.
Será que a atual administração realmente está comprometida com a transparência e o uso correto dos recursos públicos, ou essa ação não passa de uma cortina de fumaça para desviar o foco de outras falhas em sua gestão? Enquanto isso, o prefeito continua seu discurso de luta contra o desperdício, mas as dúvidas sobre suas intenções e sobre as reais razões por trás dessa decisão só aumentam. A resposta, parece, estará nas investigações que se seguirão nos próximos dias
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